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Expedição Salar de Uyuni Fevereiro/2017

  • Foto do escritor: PK Grillo
    PK Grillo
  • 4 de jul. de 2021
  • 20 min de leitura

1º dia – Brasília-DF/Rio Verde-GO (01/02/2017)


No começo tudo parece fácil, mas minha maior dificuldade sem dúvidas é fazer as malas. Como sempre deixei tudo para última hora e só consegui sair de Brasília às 16:00h.

O dia foi corrido, primeiro levei a moto na concessionária, que estava fechada, então fiquei esperando abrir, mas quando fui atendido e disse que queria trocar o pneu traseiro, o filtro e o óleo, o moço da loja disse que não poderia fazer na hora e eu teria que deixar a moto lá.

Não tive dúvida, fui embora.

Já durante a viagem, tudo ocorreu bem apesar da chuva que caía em certos momentos. Testei minha capa para bota e nesse primeiro teste funcionou.

Rodei 460km até chegar em Rio Verde – GO, onde me hospedei no Hotel Tropical. Abasteci a moto no posto Trevo e jantei no restaurante em frente ao posto chamado Sabor da Terra.


A poderosa pronta para saída de Brasília





2º dia – Rio Verde-GO/Bonito-MS (02/02/2017)


Ainda estava escuro quando o despertador tocou às 5:30h da madrugada, mas não hesitei em levantar pois sabia que o dia seria puxado e após tomar o café, coloquei a bagagem na moto e às 7:00h parti rumo a Campo Grande.

Ora chuva, ora sol e assim foi a viagem inteira. Cheguei em Campo Grande às 16:00h e aproveitei para trocar o óleo e o pneu traseiro.

Duas horas depois saí de Campo Grande e segui rumo a Bonito, quando em um dado momento parei para desfrutar um belo pôr do sol, pouco antes de chegar na cidade.

Chegando em Bonito, me hospedei na Pousada Jardim.


Pôr do sol próximo a Bonito


3º dia – Bonito-MS/Bonito-MS (03/02/2017)


Hoje os passeios começaram cedo e logo pela manhã, fui para o Parque das Cachoeiras. Chegando lá é formada uma turma de onze pessoas e um guia e fomos conduzidos em um pau-de-arara até chegarmos na trilha.

O parque é composto por sete cachoeiras, e uma a uma fomos visitando todas elas.

Havia chovido bastante no dia anterior e por conta disso a água estava bastante turva, mesmo assim valeu muito a pena visitar o local.

A noite visitei o Projeto Jiboia. Nesse projeto existem viveiros onde ficam várias jiboias, ocorre também uma palestra e no final é possível tirar fotos com as serpentes.


Parque das Cachoeiras


Projeto Jiboia


4º dia – Bonito-MS/Bonito-MS (04/02/2017)


Pela manhã fui para mais um passeio, eu havia contratado um voo de para-motor, mas ao chega no local me disseram que por conta do horário não era seguro decolar, mas que se fosse de asa delta motorizada estaria tranquilo.

Para mim não fazia diferença, pois nunca havia voado nessa geringonça mesmo... Topei na hora e fomos para o voo.

A tarde fui para a Praia da Figueira, um balneário muito bem estruturado. Aproveitei para relaxar um pouco.

À noite, não teve moleza. O passeio foi de quadriciclo pela trilha do boiadeiro, e vou ser sincero, quadriciclo cansa pra caramba, ô trem pesado...


Voo de asa delta motorizada


Praia da Figueira


Pilotando quadriciclo na trilha do boiadeiro


5º dia – Bonito-MS/Corumbá-MS (05/02/2017)


Hoje era o “Grande Dia”, o esperado reencontro com o primo Gilberto. Saí de Bonito rumo a Miranda, cidade a qual o Gilberto me esperava.

Ao chegar lá, me dirigi a um posto de combustível, abasteci minha moto enquanto aguardava a chegada do primo. Ele chegou, nos cumprimentamos e partimos, mas antes disso decidimos passar pela estrada do pantanal.

Ao sair do asfalto pegamos estra de chão e rodamos aproximadamente 8km. Havia um restaurante e fomos pedir informação, como já estava na hora do almoço aproveitamos para almoçar ali mesmo.

O almoço foi um verdadeiro banquete, mas no final veio o dilúvio. Esperamos a chuva passar, uns 10 minutos depois que a chuva parou, partimos.

No começo tudo tranquilo, alguns quilômetros depois, era impossível ficar em pé, ou melhor em cima da moto. Eu estava na frente e caí primeiro, a tempo de filmar a queda do Gilberto logo atrás.

Não deu outra, como eu havia dito era impossível ficar em pé. O percurso estava uma lama só e por prudência, na atual conjuntura da coisa, tomamos a sábia decisão de abortarmos o caminho e recuar par o asfalto.

Um calor infernal, chegando em Corumbá abastecemos deixamos nossa bagagem no hotel e fomos para a fronteira para fazer os trâmites. Amanhã entraremos na Bolívia.


As motos no chão da Transpantanera e Pedro e Gilberto rindo da situação


6º dia – Corumbá-MS/Pailon-BOL (06/02/2017)


Saímos rumo à Bolívia, já havíamos feito os trâmites no dia anterior, mas ainda faltava passar na aduana boliviana e pegar a permission para dirigir naquele país. E assim fomos em busca das permissões.

Conseguimos pegar as permissões as 12:00h e fomos para o posto abastecer as motos, depois seguimos para Pailon onde chegamos às 20:00h, fizemos um belo jantar cujo prato principal era “Pollo con papas”, a comida tradicional neste país.


Entrada na Bolívia


Pedro demonstrando como funciona a gopro


7º dia – Pailon-BOL/Aiquile-BOL (07/02/2017)


Partimos de Pailón logo cedo, o dia estava com céu limpo e no começo pegamos uma estrada bem conservada. Havia pedágio, mas pedágio na Bolívia moto “no” paga.

Sendo assim, seguimos viagem.

A estrada era movimentada e uma curiosidade é que existem muitas casas ao longo da rodovia até a próxima cidade.

Em um dado momento começou a chover e tivemos que parar para colocar a capa de chuva. Nesse tempo já estávamos em uma estrada mais estreita, com menor movimento e sem sinalização.

Por sorte a chuva passou rápido e por azar acabou a pavimentação e tivemos que encarar as estradas de terra. Muitos trechos estavam em obras e tivemos que ficar aguardando algumas explosões de rocha. Em uma das paradas, um boliviano me perguntou como funcionava a câmera GoPro e fiz uma demonstração para ele.

Com tantas paradas rodamos apenas 400 km, mas cumprimos nosso objetivo, e ao chegar em Aiquile, paramos para abastecer e fomos em busca de um hotel.


Pedro e Gilberto aguardando a liberação do trecho


Pedro demonstrando como funciona a gopro


8º dia – Aiquile-BOL/Uyuni-BOL (08/02/2017)


Saímos de Aiquile em direção a Uyuni, um trajeto cheio de curvas, mas com belas paisagens.

Após passarmos por Sucre e cruzarmos o rio Pilcomayo, nos deparamos com uma ponte antiga de acesso ao vilarejo Chuquisaca. Tiramos umas fotos e seguimos viagem.

Pouco depois, paramos para apreciar um belo canyon. Paramos em Betanzos para almoçar e abastecer.

Ao passarmos por Potosí, uma forte chuva se armava e decidimos seguir em frente antes que ela caísse. Demos sorte, pois em um dado momento, a chuva mudou de direção e conseguimos chegar em Uyuni.

Cabe destacar que, que a chegada em Uyuni é espetacular, do alto da cordilheira uma vista impressionante do gigantesco deserto de sal. Ao chegarmos na cidade nos abrigamos no hotel e fomos em busca de uma agência de turismo do Beto para contratarmos o passeio.

Já a noite, fomos jantar em uma pizzaria, onde conhecemos dois italianos Mauricio e Fabrizio, também motociclistas, que haviam visitado o salar neste mesmo dia.


Ponte sobre o rio Pilcomayo


Canyon próximo a Betanzos


Pedro, Mauricio, Fabrizio e Gilberto jantando na melhor pizzaria de Uyuni


9º dia – Uyuni-BOL/Uyuni-BOL (09/02/2017)


Hoje foi o grande dia, saímos logo cedo para conhecer o Salar de Uyuni.

O acesso ao Salar, fica em Colchani, um vilarejo localizado a 20km de Uyuni. Chegando lá tem uma feirinha de artesanatos, e após rodarmos 5km, chagamos de fato no Salar.

O maior deserto de sal do mundo, realmente é impressionante. Parece uma visão de outro planeta.

Visitamos a Plaza de Las Banderas Uyuni, o monumento Dakar Bolívia e fomos passear no deserto, onde brincamos com a ilusão de ótica, tiramos fotos e fizemos algumas filmagens.

Deixo aqui uma dica, não esqueçam dos óculos escuros, isso é muito importante.

Nós visitamos o Salar em época de seca, porém em tempos de chuva, forma-se uma lâmina d’água, suficiente para formar um espelho passando a ser um lugar onde o céu e o chão se encontram.

Após visitarmos o Salar, retornamos para Uyuni e fomos lavar as motos que estavam cobertas de sal.


Plaza de las Banderas


Monumento Dakar Bolívia


Salar de Uyuni


Gilberto e Pedro, sem destino



10º dia – Uyuni-BOL/Uyuni-BOL (10/02/2017)


No primeiro dia que chegamos à Uyuni, fomos na agência de turismo e contratamos o passeio no Salar de duas noites e três dias, existe vários tipos de passeio, mas o que mais combinou com nossa agenda foi esse.

Ao acordarmos fomos para a agência, local de onde partiria o passeio, mas antes passamos em um local que servia café da manhã. Uma vez alimentados fomos para a agência.

O passeio demorou um pouco para sair, mas aproveitamos o tempo parado para descansar um pouco mais.

Nosso grupo foi composto pelo guia, eu, Gilberto, dois americanos, uma italiana e uma belga.

Nosso primeiro destino foi o cemitério de trens. Um local onde eram destinados os trens que faziam o transporte do sal após o término de sua vida útil. É um local muito maneiro e é possível tirar várias fotos legais.

Depois fomos para o Salar, mas antes passamos naquela feirinha de artesanatos, lá também é vendido sal retirado do Salar.

Em seguida entramos no Salar de Uyuni propriamente dito, fomos ao monumento Dakar Uyuni, Plaza das Bandeiras e aproveitamos para almoçar em um restaurante que fica dentro do Salar.

Após o almoço desbravamos o deserto de sal, tiramos várias fotos com ilusão de ótica e em seguida chegamos a Isla Pia Pia, um local com vários cactos gigantes.

Ao deixarmos a ilha, passamos por um local onde o Salar não havia secado, portanto estava com a lâmina d’água.

Saindo do Salar, fomos até o hotel de sal, local onde hospedamos, jantamos lá mesmo.

Detalhe pequeno, ao chegarmos no hotel, tomei um banho e fui jantar, o Gilberto não foi, disse que estava passando mal.

Ele deu piti e queria ir embora, não havia como, pois estávamos em um local isolado e não havia condução para levá-lo até a cidade. Falei para ele esperar até amanhecer.


Cemitério de trens


Encarando um dinossauro


Cactos gigantes na Isla Pia Pia


Quarto no hotel de sal



11º dia – Uyuni-BOL/Uyuni-BOL (11/02/2017)


Ao amanhecer, conseguimos arrumar uma carona para o Gilberto que a partir de então não seguiria mais no passeio com a gente.

Após o café da manhã partimos rumo à reserva Nacional de Fauna Andina Eduardo Avaroa, todo trecho não é pavimentado mas no geral é em boas condições. Um trecho ou outro que é pior, mas faz parte.

É uma região árida, cercada por vulcões, alguns deles ativos. É possível observar diversos tipos de animais como alpacas, flamingos e até uma espécie de coelho andino.

Seguimos pela Ruta De Las Joyas Altoandinas, até a Laguna Chiar KKota, local que apreciamos a paisagem, almoçamos e descansamos um pouco.

Depois passamos pela Laguna Pastos Grandes, repleta de flamingos, em seguida conhecemos a Árbol de Piedra. Por fim, seguimos para a Laguna Colorada, uma lagoa com várias cores devido aos tipos de algas que nela vivem.

Nos hospedamos em um hostel, que ficava numa vilazinha, jantamos, jogamos cartas com os outros hóspedes e exploramos a vila, que tinha até um Shop, onde pudemos aproveitar a vida noturna andina.


Flamingos Andinos


Árbol de Piedra


Laguna Colorada


Viscacha


Selfie com o bebê lhama


12º dia – Uyuni-BOL/Uyuni-BOL (12/02/2017)


Acordamos ainda de madrugada, eram umas 4 horas da matina. Uma mistura de frio, ressaca e preguiça, mas tínhamos que partir, pois deveríamos chegar nos Geysers del Tatio bem cedo e assim o fizemos.

Em seguida visitamos a Laguna Blanca e a Laguna Verde, que ficam uma ao lado da outra, atrás da Laguna Verde, fica o Volcan Licancabur.

Passamos pelo Desierto de Dalí e nos dirigimos então para Águas Termales, a temperatura ambiente era de -7°C e a temperatura da água 40°C, não preciso nem dizer que não dava vontade de sair de lá.

No final visitamos um oásis, onde pudemos apreciar várias alpacas e patos andinos. Em seguida retornamos para Uyuni, onde reencontrei com Gilberto que já estava recuperado após levar duas injeções no traseiro.


Geysers


Laguna Verde e Volcan Licancabur


Desierto de Dalí

Aguas termales


Patos andinos no oásis


13º dia – Uyuni-BOL/San Pedro de Atacama-CHI (13/02/2017)


Saímos de Uyuni com destino a San Pedro de Atacama, uma viajem tranquila, embora toda estrada em território boliviano fosse de terra.

Após passarmos uns 100km depois de San Cristóbal, nos deparamos com outros dois motociclistas espanhóis que faziam viajem em sentido contrário. Eles perguntaram quantos quilômetros ficava o próximo posto, eu perguntei qual era a autonomia que eles tinham e responderam “pouco”. Daí falei que podíamos dividir com eles 10 litros, pois tanto eu quanto o Gilberto estávamos com o galão cheio, então repartimos o meu galão 5 litros para cada e ficamos com o galão do Gilberto como sobressalente para nós.

Depois de abastecermos as motos dos espanhóis, nos despedimos se seguimos viagem rumo ao Chile.

Já no Chile, após passarmos pela aduana, seguimos para San Pedro de Atacama, agora já em asfalto rodamos por mais 300km.

Ao chegarmos em San Pedro de Atacama, nos hospedamos e fomos procurar uma agência de passeios para fazer nossa programação.


Gilberto e Pedro prestando um ato de solidariedade a Jose Luis e seu fiel escudeiro


Pedro mostrando a gopro aos bolivianos na Aduana de Chile


14º dia – San Pedro de Atacama-CHI/San Pedro de Atacama-CHI (14/02/2017)


Pela manhã fizemos um passeio pelas ruas de San Pedro de Atacama, tem bastante lojinhas de artesanato e souvenir.

Depois do almoço fomos visitar a Laguna Piedra e a Laguna Baltinache, são lagoas com água salgada, porém somente é permitido nadar na Laguna Piedra, ou melhor boiar dentro dela, pois a concentração de sal é tão grande que a gente não afunda.

No final da tarde fomos ao Valle de La Luna, onde pudemos contemplar um belo pôr-do-sol. Além disso confraternizamos com os demais integrantes do passeio brindando com uma bebida típica local, o famoso Pisco Sour.


San Pedro de Atacama, Laguna Baltinache, Laguna Piedra e Valle de La Luna


15º dia – San Pedro de Atacama-CHI/San Pedro de Atacama-CHI (15/02/2017)


Logo cedo embarcamos na van e partimos em direção a Reserva Nacional Los Flamingos, ao chegarmos lá o guia preparou o café da manhã.

Visitamos primeiramente o Salar de Tara, um local que tem diversas rochas vulcânicas.

Depois fomos para Aguas Calientes I, um local que tem belas lagoas e muitos flamingos.

Vale destacar que no caminho é possível ver o vulcão Licancabur do lado chileno.


Volcan Licancabur, Salar de Tara y Aguas Calientes I


16º dia – San Pedro de Atacama-CHI/San Pedro de Atacama-CHI (16/02/2017)


Primeiramente visitamos a Laguna Miñiques, depois a Laguna Miscanti, uma paisagem exuberante.

Depois fomos conhecer las Piedras Rojas, um local com pedras arredondadas e um belo lago a frente.

Vimos também a Artemia, que é um crustáceo que mede menos de 1cm e é capaz de sobreviver em águas com alta concentração de sal e baixa concentração de oxigênio.

Por fim visitamos a comunidade visitamos La Comunidad Andina Socaire, local onde almoçamos uma deliciosa sopa.


Laguna Miñiques

Laguna Miscanti


Las Piedras Rojas, Callejón Varela, Comunidad Andina e Flamingos comendo Artemia


17º dia – San Pedro de Atacama-CHI/San Pedro de Atacama-CHI (17/02/2017)


Acordamos ainda de madrugada, eram por volta das 4:30h da manhã quando saímos do hotel. Nos dirigimos rumo ao Volcan Lascar, o qual iríamos escalar.

Na noite anterior segui o conselho do Gilberto para preparação e comecei desde então a mascar folhas de coca para preparar para o grande desafio. Quase tive uma taquicardia! Kkkkkk...

Brincadeiras à parte, chegamos na base do vulcão por volta das 7:00h da manhã. Tomamos um café, nos equipamos e partimos rumo ao topo. Dali para a frente não tinha mais como voltar.

A escalada é longa e muito cansativa, pois já estávamos a mais de 5.000 metros de altitude. Subíamos cada vez mais lentamente, a respiração a cada passo mais ofegante. Em um dado momento fomos ultrapassados por outros escaladores.

Sempre que olhávamos para cima enxergávamos a fumarola do vulcão. Sim, o Volcan Lascar é um vulcão ativo.

Não importava o cansaço, não importava o frio, principalmente nos pés (eu estava de tênis, kkkk...), a única coisa que importava era chegar lá em cima. E chegamos!

Às 10:43h conquistamos seus 5.592 metros de altitude e pela primeira vez pude contemplar a cratera do vulcão, uma sensação muito prazerosa e que vale a pena o sacrifício.

Não se iluda pensando que a descida é mais fácil, porque não é, kkkkkk...

A todo momento escorregamos, mas o desafio já estava cumprido. Mais um pouco chegamos até o carro e retornamos para San Pedro de Atacama. Sem dúvida esse foi o melhor passeio.


Volcan Lascar, 5.592 m.s.n.m.


A escalada


A conquista do topo


18º dia – San Pedro de Atacama-CHI/Caldera-CHI (18/02/2017)


Partimos de San Pedro de Atacama, rumo a Caldera. Algo em torno de 760km, mas antes disso, após passarmos por Antofagasta, visitamos La Mano del Desierto.

Tiramos fotos, filmamos e seguimos em frente, até chegar em Caldera já a noite.


Mano del Desierto


Mano del Desierto, Geoglifo, abastecimento no Deserto do Atacama e a merecida sopa



19º dia – Caldera-CHI/Valparaíso-CHI (19/02/2017)


Saímos de Caldera com destino a Valparaíso, foram aproximadamente 830km sem problemas, porém pegamos um pouco de trânsito em Concón, pouco antes de chegarmos em nosso destino.

Quando chegamos em Valparaíso, paramos em um posto e coloquei o gps para buscar o hostel que eu havia agendado. Quando saímos em busca do hostel, começamos a subir as ladeiras e minha corrente começou a estalar. Logo pensei “Vai dar m...” e o Gilberto falou para voltarmos e buscarmos outro local para ficar. Não pensei duas vezes, voltamos e hospedamos num Ibis.


A caminho de Valparaíso


20º dia – Valparaíso-CHI/Santiago-CHI (20/02/2017)


Na parte da manhã, fizemos um tour na cidade. Valparaíso é uma cidade muito charmosa, com suas ladeiras e casas coloridas.

Como minha corrente havia estalado no dia anterior, resolvi trocá-la ainda em Valparaíso.

Para isso, fomos então na oficina de Marco López, o melhor mecânico da cidade. Troquei a caiena e o aceite de motor.

Como tínhamos chegado no mecânico próximo a hora do almoço, deixamos as motos lá e fomos almoçar lá perto. Depois do almoço retornamos, pegamos as motos e seguimos rumo a Santiago.

Pelo caminho passamos em uma vinícola, porém o horário de visitação já havia encerrado. Mas pudemos comprar um vinho chileno.

Chegando em Santiago, fomos procurar um hostel. Eu fui para La Casa Roja, eu já conhecia de outra ocasião e lá hospedei novamente. Como não havia quarto privativo o Gilberto preferiu procurar outro local.


Casa coloridas, manutenção da moto, Pedro, Gilberto e Marco López


21º dia – Santiago-CHI/Santiago-CHI (21/02/2017)


Fizemos um City Tour no centro de Santiago em um ônibus que ia parando, a gente descia visitava o local e depois pegava outro ônibus.

É um passeio bem completo, são mais de dez paradas, incluindo a Plaza de Armas, Palacio de la Moneda, Cerro Santa Lucía, Funicular para acesso ao Cerro San Cristóbal e o Sky Costanera, o maior edifício da América Latina, com 300 metros de altura.

Vale a pena fazer esse tour.

Chegando no hostel, consegui o contato de um guia agendar o passeio do dia seguinte. Nosso destino, Cajon del Maipo.


Passeio no centro histórico


Um momento de reflexão...


Sky Costanera e a vista lá do alto

O último voo do drone



22º dia – Santiago-CHI/Santiago-CHI (22/02/2017)


Era bem cedo, por volta de umas 6 horas da madrugada, quando Andres, o guia, passou para me buscar no hostel. Pegamos em seguida o Gilberto e fomos para San José de Maipo, local que dá acesso ao Cajon del Maipo.

Chegando lá tomamos um café e fomos para o Vertical Rafting Route Cajon del Maipo.

Daí para frente foi rápido, vestimos as roupas de Neoprene, recebemos um briefing e embarcamos na van. Alguns quilômetros depois, descemos e fomos para o rio para enfim adentrarmos aos botes.

Quem nunca fez rafting, faça! É muito bom.

Nosso guia no barco era bem animado, e remávamos sob comando. Em um dado momento atracamos o barco, subimos nas pedras a margem do rio e saltamos na forte correnteza e saímos um pouco mais abaixo no leito do rio.

É surreal, no final chegamos exaustos. Mas o prazer, a energia, a adrenalina, superam o cansaço.


Rafting, Cajón del Maypo


Momento de descontração no hostel

23º dia – Santiago-CHI/Mendoza-ARG (23/02/2017)


Saímos de Santiago rumo a Mendoza, nosso maior desafio foi cruzar a Cordilheira dos Andes pela última vez nessa viagem.

Não podia ser em melhor local, subimos a Caracoles e cruzamos a cordilheira passando pelo Complejo Fronterizo Los Libertadores e chegando na fronteira no topo da cordilheira em Cristo Redentor de Los Andes.

Lá em cima uma vista fantástica, imensas montanhas nos rodeavam. No topo, uma bela estátua do Cristo Redentor, abençoando os aventureiros que por lá ousam passar. De um lado a bandeira chilena, do outro a bandeira argentina no meio o cristo.

O caminho não há calçamento, um zig-zag mais íngreme que a Caracoles, mas a sensação de chegar lá em cima supera qualquer desafio. Na descida as placas diziam: “CEDA EL PASO”, “PRIORIDAD AL QUE SUBE”.

Subimos pelo lado chileno e descemos pelo lado argentino. Ao chegarmos em baixo voltamos um pouco para passarmos na aduana argentina.

Na descida da cordilheira já do lado argentino passamos em frente ao Parque Provincial Aconcágua, que por nosso azar não pudemos nem parar, pois nesse momento pegamos uma chuva de granizo, e nosso objetivo era sair dessa tormenta o quanto antes, poisa as pedras machucavam as mãos, mesmo com luvas.

Um pouco adiante, a chuva passou e seguimos até Mendoza.


Caracoles


Cristo Redentor de Los Andes


Travessia do Chile para Argentina


24º dia – Mendoza-ARG/Gen. Levalle-ARG (24/02/2017)


Saímos de Mendoza rumo a General Levalle, um dia ensolarado ótimo para fazer uma viajem tranquila. Esse era o pensamento...

Mas nem tudo são flores e a maldita cadena, que eu havia cambiado em Valparaíso arrebentou.

Acelerei para fazer uma ultrapassagem, só escutei o barulho e a roda travando. Joguei a moto para o acostamento e somente quando parei é que vi o estrago. O cubo traseiro estava comido, a corrente ali enrolada e no pinhão encavalada. Sinceramente não sei como isso foi acontecer, pois eu havia trocado a corrente a pouco mais de 800 km.

Enfim, o estrago estava feito, mas a tranquilidade de quem já viveu dias piores ajudou a enfrentar a situação. Com calma peguei a caixinha de som e a garrafa de água, antes de iniciar os trabalhos.

Desenrolei a corrente do cubo, mas não consegui retirar o pinhão. Não teve jeito de emendar a corrente, então decidimos que o Gilberto buscaria ajuda na próxima cidade.

Fiquei lá esperando e pouco depois parou um argentino, oferecendo ajuda. Logo aceitei, amarrei a moto atrás do carro e fui rebocado até perto de chegar na cidade mais próxima. Como havia uma blitz um pouco adiante, minha carona terminava ali, mas já estava de bom tamanho.

Continuei esperando o socorro que o Gilberto havia prometido e logo depois ele chegou. Não conseguira uma “grua”, mas sim uma corda para me guinchar até a oficina do melhor mecânico de Vicuña Mackenna.

Mais uma vez guinchado, agora pela moto do Gilberto, fomos até a oficina e mais uma vez troquei a corrente.

Agradecemos aos mecânicos e seguimos viagem, para enfim chegarmos em General Levalle.


La poderosa cortó la cadena


Pedro à deriva, implorando por ajuda, sendo resgatado pelo argentino e pelo Gilberto


O conserto, e o agradecimento aos melhores mecânicos de Vicuña Mackenna


25º dia – Gen. Levalle-ARG/Córdoba-ARG (25/02/2017)


Hoje iremos à Córdoba visitar a tia Iracy, mas antes disso conheceremos a floresta em forma de violão “La Estancia Guitarra”.

Colocamos as coordenadas no GPS e partimos, por estradas de difícil acesso, um terreno arenoso e um calor escaldante. Caí algumas vezes no caminho, mas a vontade de conhecer a floresta que eu já havia visto uma foto era maior que qualquer desafio.

Chegamos então ao local determinado pelo GPS, havia algumas árvores ao nosso lado e percebemos que estávamos no final do braço do violão. Então resolvi colocar o drone para voar, a fim de filmar o local.

Nesse momento, o proprietário da fazenda, senhor Pedro Martin, chegou e perguntou de onde éramos e o que estávamos fazendo ali. Eu expliquei que estávamos viajando pela América do Sul e queríamos ver a Floresta em forma de Violão. Ele explicou que somente é possível ver do alto, e nos convidou a entrarmos para conhecer o local.

A floresta é fantástica, milhares de árvores plantadas na forma de um violão, uma homenagem póstuma feita a sua esposa.

A entrada da fazenda fica no braço do violão e passamos por dentro dele para chegarmos na sede, que fica abaixo das cordas do violão.

Ao chegar na sede o senhor Pedro Martin nos apresentou a sua família que estavam passando o feriado de carnaval ali. Conversamos e ele nos contou como resolveu fazer essa bela obra, e que somente pelo alto que é possível ver o formato da “Guitarra”.

Tentei colocar o drone para voar, mas infelizmente não foi possível, pois em Santiago ele havia quebrado uma hélice em seu último voo. Eu tentei colar, mas ao girar a hélice novamente o pedaço quebrado foi jogado longe e ficamos sem a imagem aérea.

Agradecemos ao senhor Pedro Martin pela hospitalidade e nos despedimos para seguir viagem.

Retornamos para General Levalle e seguimos rumo a Córdoba, aonde chegamos à noite e jantamos com a tia Iracy e sua família.


A caminho de la guitarra


Gilberto indica o local, o proprietário convida para conhecermos a fazenda, a entrada é pelo braço do violão, Gilberto, Pedro Martín e Pedro


O formato de violão somente é possível ser visto de cima


Tia Iracy, Pedro e Gilberto


26º dia – Córdoba-ARG/San Francisco-ARG (26/02/2017)


Dormimos em Vila Giardino próximo a Córdoba, e pela manhã fomos para a casa de Cristina, filha da tia Iracy. Deixamos as motos lá e saímos de carro com Sérgio para fazer um tour pela vila.

Visitamos o ponto mais alto da vila, o Mirador Los Cocos, de onde é possível ter uma visão de 360°, um espetáculo. Depois fomos a barragem, que forma um belo lago e a jusante tem uma bonita cachoeira.

Passamos também em frente ao “Museo de Motos y Bicicletas”, mas estava fechado e não pudemos entrar.

Chegando na casa, Sérgio preparou um delicioso “Assado”, que é como os argentinos denominam churrasco. Após o almoço, barriga cheia pé na areia, como diz o ditado popular.

Nos despedimos e seguimos rumo a San Francisco.


Vista do mirador Los Cocos


Passeio pela vila e assado argentino


27º dia – San Francisco-ARG/Corrientes-ARG (27/02/2017)


Saímos cedo de San Francisco, ou melhor, tentamos sair...

Antes mesmo de chegar na rodovia, a corrente da minha moto saiu e embolou no pinhão. Eu não tinha a chave para sacar o pinhão, então Gilberto tentou procurar um mecânico para fazer o socorro. Como era carnaval, o mecânico disse que estava de “vacaciones de carnaval” e que não iria.

Diante do insucesso, Gilberto foi a uma borracharia pedir uma ferramenta emprestada para tentarmos resolver o problema. A chave que o Gilberto trouxe não serviu, mas logo em seguida um hermano surgiu para prestar ajuda. Ele conhecia um mecânico de máquinas pesadas, mas toda ajuda era bem-vinda.

Ao chegar o mecânico conseguiu sacar o pinhão e recolocamos a corrente. Depois fomos até a oficina dele para dar um melhor aperto.

Agradecemos e seguimos para Corrientes, e pelo menos na estrada a viagem foi tranquila.


Pedro e a saga da corrente maldita


28º dia – Corrientes-ARG/Maria Auxiliadora-PAR (28/02/2017)


Saímos de Corrientes com destino ao Paraguai, nossa missão era visitar as ruínas das Missões Jesuítas em Trinidad.

No caminho pegamos um pouco de chuva, mas logo passou e conseguimos cruzar a fronteira após passarmos sobre o Rio Paraná, saindo de Posadas e adentrando em solo paraguaio na cidade de Encarnación.

Fizemos os trâmites fronteiriços e seguimos para Trinidad. Lá chegando fomos visitar La Santísima Trinidad del Paraná, Missión Jesuística Guaraní.

Uma estrutura fantástica, com várias paredes e colunas em pé que demonstram a grandeza do local. Um complexo formado por igrejas, escola, casa de índios cemitério, entra outras coisas.

Saímos de lá por volta de umas 17 horas e nossa intenção era chegar no Brasil, porém após rodarmos aproximadamente 100 km, o tempo fechou e começou uma verdadeira tormenta.

Já não tinha mais claridade e com os óculos embaçando não me restou alternativa, parei a moto de disse ao Gilberto, vamos voltar e ficar na última cidade que passamos.

Retornamos, o Gilberto foi na frente e eu segui a lanterna da moto dele, pois eu não enxergava nada.

Nos hospedamos então na cidade Maria Auxiliadora e como não havia chance de sairmos para jantar, pedimos uma pizza por telefone na melhor pizzaria do Paraguai, Don Tortu, “Dale!”


Travessia para el Paraguay


La Santísima Trinidad de Paraná


29º dia – Maria Auxiliadora-PAR/Foz do Iguaçu-PR (01/03/2017)


Partimos de Maria Auxiliadora bem cedo rumo a Foz do Iguaçu, 160km depois, lá estávamos nós retornando ao Brasil. Cruzamos a Ponte da Amizade e de fato pisamos em solo nacional.

Fomos direto para o Sky Dive Foz, para comemorar as férias com chave de ouro. Pouco depois estávamos dentro de um avião, e dali não tinha mais volta. Esperamos a nossa vez e saltamos. O momento da queda livre é muito bom e a paisagem é sensacional, o salto é sobre a usina de Itaipu e ao abrir o paraquedas pude apreciar por mais tempo.

Ao chegar no solo, já com a sensação de dever cumprido e com a adrenalina saindo pelos poros, fomos para o Parque Nacional das Cataratas do Iguaçu, onde pudemos contemplar as cataratas desta vez do lado brasileiro.


Ponte da amizade Paraguai / Brasil


Sky Dive Foz


Cataratas do Iguaçu


30º dia – Foz do Iguaçu-PR/Maringá-PR (02/03/2017)


Como iríamos fazer caminhos diferentes, Gilberto rumo a Belo Horizonte e eu rumo a Brasília, nos despedimos na garagem do hotel.

A viajem foi tranquila, ora chuva, ora sol e assim foi por quase todo percurso, pois ao chegar em Campo Mourão, a corrente saiu. Parei no acostamento para encaixar a corrente e um motociclista chamado Arthur, que viajava com a namorada parou para me ajudar.

Aproveitei que estava na entrada da cidade e entrei na intenção de trocar a corrente mais uma vez nessa viagem, e fui ao melhor mecânico de Campo Mourão, o Tuta Motos. Lá não havia a corrente para minha moto, mas prontamente ele acionou uma loja de autopeças que rapidamente fez a entrega e logo ele instalou na moto.

Saindo de lá fui até Maringá, e por hoje já estava de bom.


Pedro e Gilberto


Ora chuva, ora sol


A corrente saiu mais uma vez...


Trocando a corrente no Tuta Motos, o melhor mecânico de Campo Mourão


31º dia – Maringá-PR/Catalão-GO (03/03/2017)


Pensei que hoje seria meu dia, mas não foi bem assim.

Após passar por Presidente Prudente havia um grande congestionamento, então resolvi fazer um desvio e pegar um atalho. Pra quê...

Olhei o trajeto no GPS e perguntei numa vilazinha como estava a estrada e me asseguraram: “Está toda com cascalho, pode ir.”

Fui na fé, e no meio do caminho deparei com um lamaçal. A roda dianteira não rodava mais e tive que parar ali. Olhei para os lados e não tinha uma viva alma, então pensei: “pra quê eu vim por aqui...”

No sentido contrário surgiu um carro, que parou para me ajudar. Observamos que a causa de travar a roda dianteira era o barro grudado no para-lama então retirei o para-lama e enfim consegui sair dali.

Segui viagem, o calor estava muito forte e parei numa barraquinha que vendia suco de abacaxi, tomei então um suco e comprei um abacaxi.

Pouco depois, a moto começou a apagar. Era só o que me faltava...

Mas como azar e sorte andam juntos, embora minha moto estivesse com uma pane elétrica que me deixou a deriva, uma hora depois passou um guincho que me prestou socorro.

Fui guinchado até chegar em Catalão e devido o adiantado da hora, o conserto somente poderia ser feito no dia seguinte.


Após análise do especialista, optei pela retirada do para-lama

Pedro tomando um suco de abacaxi, e a poderosa sendo resgatada



32º dia – Catalão-GO/Brasília-DF (04/03/2017)


Acordei cedo e fui empurrando a moto até o melhor eletricista de Catalão, cheguei antes mesmo da oficina abrir.

Após dar início aos trabalhos, logo resolveu o problema. O cabo que recarregava a bateria tinha oxidado, provavelmente efeito do Salar de Uyuni, com isso a bateria estava descarregada. Tive apenas que esperar um pouco mais para dar carga na bateria e então pude ir embora.

Passei no hotel para pegar minhas coisas e partir rumo a Brasília.

Hoje eu tinha fé que seria mais fácil, #sqn...

Após passar no pedágio, o pneu traseiro murchou duma vez. A câmera de ar já era e pelo menos eu estava próximo da cabine. Voltei a pé e pedi ajuda, um dos funcionários da concessionária passou o rádio e 40 minutos depois lá estava a moto em cima de um novo guincho.

O guincho me deixou na melhor borracharia da estrada, e o borracheiro começou a desmontar o pneu. Quando ele viu que a câmara estava rasgada ele falou que não tinha câmara de moto para substituir.

Mas como azar e sorte andam juntos, eu tinha uma câmara de ar sobressalente e logo o pneu foi consertado.

Daí para frente não tive mais problemas e segui até chegar em Brasília completando o roteiro da expedição.


Pela manhã conserto da pane elétrica


A tarde, conserto do pneu furado


 
 
 

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