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Foto do escritorPK Grillo

Expedição Machu Picchu Setembro/2013

Atualizado: 29 de jun. de 2020

1º dia - Brasília-DF/Acreúna-GO (31/08/2013)

Hoje é o grande dia! Dia de juntar as malas, colocar na “Poderosa” e cortar estrada.

“A Poderosa”: Uma YAMAHA XT660R 2011/2012 na cor azul, linda!

Porém, devido ao atraso já evidente, tive que fazer algumas ponderações: Agora são 13:00h (horário de Brasília), minha missão à priori era ir até Jataí-GO, mas isso foi reavaliado devido ao adiantado da hora. Enfim, tive que refazer hoje os últimos ajustes para a viagem. Quanto a expedição, essa tem tudo para ser um sucesso. (horário de partida 16:20h)

Às 22:00h cheguei em Acreúna-GO, onde irei passar o pernoite. Estou cansado, mas fiz uma boa viagem apesar de uma atrapalhada que me custou 100km e um carro que fundiu o motor no meio da pista próximo a Goiânia e tive que queimar um pouco de pneu para desviar. O quarto do hotel não é dos melhores, mas o cansaço faz com que o conforto se torne o último item para escolha.

Pedro ao lado da “Poderosa” – Partida de Brasília


2º dia – Acreúna-GO/Campo Grande (01/09/2013)

Hoje sem dúvidas foi o dia mais difícil e cansativo. A missão por si só já seria dura, percorrer um trecho de 700km, sendo 70km de estrada de terra. Justamente esse pequeno trecho foi o que teve as melhores paisagens entre Jataí e Chapadão do Céu, ambas no estado de Goiás.

Mas por outro lado, foi o trecho mais sofrido com direito a três quedas. A primeira foi de leve, só a moto caiu. A segunda foi a mais cinematográfica, a moto ficou e eu fui por cima dela, dando uma cambalhota e caindo à frente dela, porém batendo as costas numa pedra e a dor foi terrível, horas antes eu havia tirado o protetor de coluna por estar desconfortável devido a trepidação provocada pelo terreno. Já o terceiro foi o mais massacrante, não pelo tombo em si, mas pelo cansaço, desgaste, enfim, foi desmoralizante.

A boca seca sem nenhuma gota d’água, sim, cometi o pecado de não levar água durante a viagem. Uma estrada deserta que não passava uma viva alma, sem nenhuma poça com água mesmo que suja... Achei que dali não passaria. Levei comida, mas no calor escaldante de mais de 40°C o que eu queria era água.

Subi o morro para tentar receber sinal de celular, pois pedir ajuda era a única coisa que passava na minha cabeça, mas isso não deu certo apenas gastei energia atoa. Ao descer do morro avistei uma sombra e me deitei lá para recuperar energia, fiquei desmaiado lá por umas três horas, quando de repente um calango tentou me comer vivo e mordeu minha orelha, eu logo gritei: “Sai calango, estou vivo!” e depois do ocorrido resolvi criar coragem para levantar a moto.

Tirei toda a bagagem, coloquei a moto em pé e após amarrar toda a bagagem novamente, passou um carro oferecendo ajuda. Eu logo perguntei: “Tem água?”

O motorista do carro chamava César, estava com a família, também era motociclista e me deu água. Foi o melhor momento do dia. Após isso segui viagem rumo a Campo Grande-MS, onde cheguei as 21:00h (horário local), encontrei com meu primo Gilberto que já estava no hotel e pedimos uma pizza.



Pedro descansando antes do ataque do calango – O pontinho preto na estada é a moto


“A Poderosa” caída no areião


3º dia – Campo Grande-MS / Corumbá-MS (02/09/2013)

Hoje o dia começou tranquilo, mas logo cedo já se mostrou como seria o dia todo. Chuva!

Amarramos as malas, arriamos as motos e partimos de Campo Grande rumo a Corumbá. Após almoçarmos em Miranda e seguimos destino até Corumbá, mas não foi dessa vez que pudemos conhecer o pantanal, pois nossa viagem foi debaixo de chuva, muita chuva.

Enfim chegamos em Corumbá às 18:30h. Ainda sentia muita dor nas costas em decorrência da batida na pedra no segundo tombo de ontem.


Pedro, Gilberto e as motos, na saída do hotel em Campo Grande-MS


4º dia – Corumbá-MS/San José de Chiquitos-BOL (03/09/2013)

Hoje foi um dia que rodamos pouco, mas foi proveitoso. Acordamos cedo, porém demoramos muito para sair. Após darmos destino, enfim atravessamos a fronteira e entramos na Bolívia

A travessia foi tranquila e aos poucos fomos descobrindo qual era o procedimento para adentrarmos de forma regularizada. Enquanto um ia à imigração, o outro vigiava as motos e assim foi indo até que cumpríssemos todos os ritos necessários.

Saímos da fronteira por volta das 16:30h e já fomos dispostos e preparados para chegar até San José de Chiquitos. Para isso tivemos que levar um galão de combustível extra, pois já sabíamos que não haveria posto de combustível no meio do caminho.

No momento em que paramos para abastecer, nos deparamos como um belo pôr do sol. Abastecemos e continuamos até chegar em San José de Chiquitos às 22:00h (horário local).

Ao chegar em San José minha moto já estava na reserva, então fomo pedir informações para os moradores sobre um local de hospedagem e abastecimento, foi quando um boliviano apareceu de moto, ele foi nos guiando, primeiro fomos abastecer. Como o único posto de combustível da cidade estava fechado permanentemente, fomos comprar gasolina de um senhor que vendia combustível em garrafas pet de 2 litros, pelo dobro do preço.

Logo após o boliviano nos levou a uma pousada onde passaríamos a noite. Óbvio que os serviços prestados nos custaram 10 pesos bolivianos.


Pôr do sol visto do local que paramos para abastecer


5º dia – San José de Chiquitos-BOL/Samaipata-BOL (04/09/2013)

Saímos de San José de Chiquitos por volta das 10:00h rumo a Saipina, por volta das 12:30h paramos para almoçar em um restaurante à beira da estrada. No cardápio, frango, arroz, papas fritas e salada, muito bom por sinal.

Continuamos a jornada e após cruzarmos por Santa Cruz de La Sierra, passamos por outra cidade chamada El Terno. Daí para a frente entramos em um vale muito bonito por sinal, porém com a estrada estreita e curvas fechadas nossa velocidade diminuiu muito.

Com o chegar da noite e com as condições da estrada desfavorável, decidimos parar um pouco antes às 20:30h em Samaipata, uma cidadezinha tranquila, pacata e muito bonita. Nos hospedamos em um albergue e jantamos numa pizzaria na praça.


Vista do vale a caminho de Samaipata


6º dia – Samaipata-BOL/Comarapa-BOL (04/09/2013)

Saímos de Samaipata em direção a Uyuni, saímos tarde por volta das 11:00h da manhã e a distância a ser percorrida era em torno de 700km. Era muita estrada de terra e quando chegamos em Saipina por volta das 14:00h paramos para almoçar e verificamos que não valeria a pena continuarmos rumo a Uyuni. Não valeria a pena naquele momento! Retornamos e fomos em direção à Cochabamba. Chegando a Comarapa, passamos a noite por lá.


Gilberto e Pedro, almoço em Saipina


7º dia – Comarapa-BOL/Quiacollo-BOL (06/09/2013)

Saímos de Comarapa, desta vez mais cedo e partimos em direção a Cochabamba. Logo que partimos pegamos um trecho de 130km de estrada de terra e ainda começo de subida de serra.

Ao chegarmos em Cochabamba resolvemos ir um pouco mais além, e entre idas e vindas à procura de um hotel, pousamos em Quiacollo. Fomos jantar em um restaurante e vimos no jornal local que nesta tarde havia ocorrido um tremor em Cochabamba de 3.9° na escala Richter.


Gilberto no jantar: arroz papado, papas fritas bife e ensalada – na tv ao fundo o noticiário local


8º dia – Quiacollo-BOL/La Paz-BOL (07/09/2013)

Partimos por volta das 8:00h saindo de Quiracollo em direção à La Paz. A viagem foi bem cansativa e enfim subimos a cordilheira dos Andes até o nível de 4.496msnm.

Após muitas curvas, subidas e decidas, chegamos a La Paz no fim de tarde com muito frio. A cidade é uma bagunça, pessoas andando para todo lado, carros que não param de buzinar, enfim, amanhã iremos conhecer a “ruta de la muerte”.


Vista da janela do hotel em La Paz


9º dia – La Paz-BOL (08/09/2013)

“del cielo ao infierno”

Bem, acho que é assim que posso resumir o dia de hoje.

Começamos o dia com a missão de ir à estrada da morte, antigo caminho que ligava a cidade de La Paz a Coroico. Esta parte da expedição foi uma beleza, com belas paisagens e muita distração. A estrada tem uma particularidade, a mão é invertida pois devido a estrada ser estreita, possibilita que o motorista olhe onde está posicionando o veículo.

Ela também recebe muitos turistas que descem de bicicleta e uma van de apoio que os acompanham, vai atrás para trazê-los de volta.

Já em Coroico, uma cidadezinha pequena e muito acolhedora que recebe muitos turistas. Visitamos o centro histórico e almoçamos por lá.

No momento em que saíamos de Coroico, começou uma chuva, que persistiu a viagem inteira de Coroico a La Paz. Devido ao fato de estarmos subindo a cordilheira e uma chuva incessante, passamos muito frio. E quando digo muito frio, foi muito frio mesmo! Até neve pegamos no meio do caminho, depois uma neblina que não dava para enxergar um palmo na frente da moto, e tivemos que vir devagar, os pés e as mãos estavam congelando.

Enfim, entre mortos e feridos chegamos sãos e salvos.


Gilberto admirando a estrada da morte


Estrada da morte


Gilberto e Pedro encharcados após sobreviverem à estrada da morte


10º dia – La Paz-BOL/Copacabana-BOL (09/09/2013)

O sol raiou e logo após nossa alvorada o Gilberto relatou que sua filmagem da estrada da morte estava perdida, pois com um erro de posicionamento da câmera ele filmou apenas o chão. Então decidimos que ele voltaria à estrada da morte e eu esperaria no hotel.

Assim foi feito e após a solução dessa pane partimos de La Paz em direção à Copacabana, última cidade boliviana que iríamos visitar, à margem do lago Titicaca.

Nesta parte da viagem, uma particularidade, em um dado momento ocorreu um desencontro. Quando parei para tirar uma foto, o Gilberto retornou para me procurar e passou reto sem me ver, como eu também não o vi retornando, montei na moto e fui em direção a Copacabana.

Como a cidade fica em uma ilha, foi preciso atravessar uma balsa e chegando à cidadezinha, me hospedei no hotel Sônia, por sorte o Gilberto parou para hospedar nesse mesmo hotel, onde nos reencontramos.


O desencontro


Foto que causou o desencontro


11º dia – Copacabana-BOL (10/09/2013)

O dia amanheceu e o nosso destino hoje foi atípico, não rodamos de moto hoje. Nosso destino foi a ilha do Sol ou “Isla del Sol”, como é chamada por aqui.

Logo cedo saímos e fomos acometidos por um frio intenso, muita chuva e frio. Chegando na ilha, não perdi tempo. Logo comprei uma toca, meias e luvas de lã.

O sol foi surgindo e o frio passou, o dia foi muito bom, um ótimo passeio. Essa ilha fica no lago Titicaca, o curso d’água navegável mais alto do mundo a 3.812msnm.

No final do dia, retornamos para Copacabana, e na hora da janta encontramos com brasileiros e conversamos bastante.


Isla del Sol


12º dia – Copacabana-BOL/Cusco-PER (11/09/2013)

Cruzamos a fronteira mais uma vez.

Acordamos cedo e logo fomos arrumando as malas para partirmos da Bolívia. Saímos de Copacabana e, diga-se de passagem, sempre fomos muito bem recebidos na Bolívia.

Ao chegar na fronteira, fizemos os trâmites e adentramos no Perú. Logo na primeira cidade fomos ao banco pagar o SOAT (um seguro necessário para circular nesse país). Almoçamos e demos destino em direção a Cusco, onde chegamos por volta das 23:00h.


Gilberto pedindo informação: “Onde hay un banco para o SOAT?”


13º dia – Cusco-PER/Ollantaytambo-PER (12/09/2013)

Ontem chegamos muito cansados em Cusco e nem o som da balada foi capaz de me tirar da cama. Logo cedo tomamos café e fui procurar um local para imprimir o ingresso de Machu Picchu.

Após isso, demos uma volta no centro histórico e tiramos algumas fotos. Depois partimos em direção a Ollantaytambo, última cidade acessível a moto antes de chegar em Águas Calientes, cidade que da acesso à Machu Picchu.

Paramos no meio do caminho e nos dirigimos às Salinas de Maras, onde almoçamos e depois continuamos a viagem.

Chegamos a Ollantaytambo por volta das 15:00h, procuramos um hotel e fomos comprar os bilhetes do trem, mas conseguimos o horário das 5:00h da manhã do dia seguinte. Estávamos ansiosos, pois amanhã será o dia mais esperado.


Saída do hotel em Cusco


Centro histórico de Cusco


Pedro em frente a estátua do Rei Pachacutec, Cusco


Salinas de Maras


14º dia – Ollantaytambo-PER/Águas Calientes-PER

Missão cumprida!

Acordamos cedo, eram 3:45h. O nosso trem de Ollantaytambo à Aguas Calientes tinha o horário previsto às 5:07h.

Nos aprontamos e fomos. Ocorreu um atraso na partida do trem, mas enfim chegamos em Água Calientes e compramos um tiket de ônibus. Adentramos em Machu Picchu às 8:20h da manhã. Começamos então a caminhada, que durou o dia inteiro, ora subindo, ora descendo os inacabáveis degraus das escadas do pico Waynapicchu. Logo após visitamos a Grande Caverna, que diga-se de passagem nem é tão grande assim, e posteriormente Machu Picchu. E sim! Machu Picchu é fantástico! Muito lindo, e impressionante, valeu a pena conhecer cada degrau.

Quando saímos fomos à Águas Calientes onde almoçamos, visitamos a feirinha e aguardamos o trem para retornar a Ollantaytambo.


Pedro e Gilberto aguardando a partida do trem


Trem a caminho de Águas Calientes


Pedro no topo de Waynapicchu


Pedro e Gilberto na “Grande Caverna”


Machu Picchu – “A cidade perdida”


15º dia – Ollantaytambo-PER (14/09/2013)

Após a missão cumprida o descanso merecido...

Enfim conquistamos o pico Waynapicchu e a cidade perdida de Machu Picchu. Mas isso foi no dia de ontem, então hoje tivemos um dia a parte, um dia de descanso, recuperando das dores nas pernas para amanhã seguirmos viagem. Hoje foi um dia para arrumarmos as malas e colocarmos a bagunça em ordem.

Jantamos em uma pizzaria e pedimos a pizza “Mero Macho”, comemos e assistimos a uma partida de vôlei realizada na rua em frente a igreja.


Assistindo a partida de vôlei


16º dia – Ollantaytambo-PER/Santa Rosa-PER (15/09/2013)

Voltamos a rotina, mas não conseguimos cumprir o que nos propusemos. Estávamos dispostos a sair cedo, no máximo às 8:00h, mas como sempre, enrolamos e acabamos saindo depois das 10:00h. Isso comprometeu nossa meta que era chegar até Chivay.

Um outro fato que foi significativo, foi que alteramos a rota que estava traçada, uma vez que ela seria por estrada de terra e nós resolvemos ir pelo asfalto.

Chegamos até Santa Rosa, e ainda faltavam 250km até Chivay, mas devido ao adiantado da hora que já marcavam 20:30h e ao frio que se estabeleceu após o sol se pôr, foi impossível seguir viagem.

Só nos restou parar para descansar e programar os passos do dia seguinte que serão dados ainda mais cedo para repor o tempo perdido.


Entrada da garagem do hotel em Santa Rosa – “Hay cochera?”


17º dia – Santa Rosa-PER/Chivay-PER (16/09/2013)

Acordamos com um frio intenso e partimos rumo ao “Vale del Colca” próximo a cidade de Chivay.

Durante a viagem, bela paisagem e chegamos em um cruzamento e minha moto já estava na reserva. Ao perguntar se havia algum posto de combustível por perto, fomos surpreendidos pela notícia que nas barracas que ali se encontravam, vendiam combustível por galão. Então eu e o Gilberto abastecemos nossas máquinas com um galão de combustível.

Ao chegarmos em Chivay, fomos abastecer num posto e encontramos nosso amigo argentino chamado Roberto, que conhecemos na Isla del Sol. Conversamos e nos despedimos, logo após fomos ao banco sacar dinheiro e almoçamos num hotel.

Depois do almoço fui cambiar o aceite del motor, e só então fomos ao Vale del Colca. Um belo lugar, com cânions enormes e sim, existem condores. Ao retornar para Chivay, nos hospedamos no hotel que havíamos almoçado.


Vale del Colca, Chivay


O condor voando sobre o vale


“Vale del condor” – Chivay


18º dia – Chivay-PER/Cocachacra-PER (17/09/2013)

O sol raiou, nossa meta era sair cedo para chegarmos na fronteira com o Chile.

Logo cedo fomos buscar as motos na garagem do hotel, que ficava a umas cinco quadras de distância e respeitando as leis peruanas fomos pilotar as motos sem capacete, não podemos contrariar o costume local.

Quando chegamos ao hotel, o Gilberto percebeu que estava faltando alguns parafusos em sua moto, então ele foi providenciar o conserto, o que acabou ocasionando um atraso para seguirmos viagem.

Então resolvemos parar as 18:00h, pois estávamos em uma região árida, deserta e sem sol, e nessas condições a temperatura cai muito. Chegamos em Cocachacra e resolvemos dormir por aqui. Não havia pousada, mas o dono do restaurante nos acomodou em dois quartos no fundo, jantamos lá mesmo e quando ele foi fechar, guardamos as motos dentro do restaurante.

Amanhã iremos para o Chile e conheceremos então o Oceano Pacífico.


Gilberto e Pedro indo de tuk-tuk até a garagem do hotel buscar as motos


Gilberto e Pedro pilotando “sin casco” nas ruas de Chivay


19º dia – Cocachacra-PER/Arica-CHI (18/09/2013)

Saímos bem cedo, não lembro certo o horário, mas partimos em direção a Arica, cruzando então a fronteira com o Chile.

Após passar a cidade Punta de Bombon, um susto! Furou o pneu traseiro da minha moto. Tentamos utilizar espuma, mas a câmara de ar tinha estourado, e a única solução seria trocá-la.

Tentei voltar rodando com a moto, mas sem sucesso, pois o pneu começou a querer sair do aro. Estávamos a uns 10km da cidade, daí eu disse: “Vou empurrar!”

Cinco metros depois eu já havia desistido, e o Gilberto voltou para a cidade para buscar ajuda. Algum tempo depois, ele voltou com o melhor borracheiro até o local, que trocou a câmara de ar e encheu com uma bomba manual.

Voltamos à cidade para calibrar o pneu e almoçamos por lá.

Chegamos na fronteira por volta das 17:00h e após os trâmites fomos para Arica e nos instalamos num hotel onde encontramos dois amigos brasileiros do Paraná, também chegando ao hotel no mesmo horário que nós. Eles estavam fazendo o sentido contrário a nossa viagem e iriam adentrar no Perú no dia seguinte. Aproveitamos para cambiar alguma moeda.


Pedro, Gilberto e pneu furado


O pneu furado


Gilberto, Pedro, o borracheiro e os curiosos


Toda a equipe técnica reunida na frente da borracharia em Punta de Bombon


Pedro e Gilberto tomando uma sopa para recuperar as energias após o pneu furado


20º dia – Arica-CHI/Tocopilla-CHI (19/09/2013)

Partimos em direção a Antofagasta e saímos tarde (10:00h) e a distância total mais de 700km.

Não deu outra, chegamos apenas em Tocopilla, pouco mais de 550km. Mas há um momento que vale a pena lembrar, na hora do almoço estávamos passando pela cidade de Santiago Humberstone, a cidade fantasma.

Esta cidade era produtora de salitre, quando a jazida acabou, a fábrica encerrou as atividades e a população abandonou a cidade.


Pedro em frente a entrada da cidade fantasma


Casas em frente a praça, ao fundo a escola e a igreja


21º dia – Tocopilla-CHI/San Pedro de Atacama-Chile (20/09/2013)

Partimos de Tocopilla e fomos em direção a San Pedro de Atacama. Óbvio que fizemos algumas escalas.

A primeira delas foi em Antofagasta, onde conhecemos então o Oceano Pacífico. A segunda foi na estátua da “Mano del Desierto”, admiramos e fotografamos. A terceira e última parada, foi no nosso destino final em San Pedro de Atacama.

Logo ao chegarmos fomos ao único posto de combustível da cidade para abastecer e depois, em uma agência de turismo para programar o dia posterior.

San Pedro de Atacama é fantástica! Uma cidadezinha, pequena porém muito acolhedora. É um oásis no meio do deserto de Atacama.


Oceano Pacífico


“Mano del Desierto”


22º dia – San Pedro de Atacama-CHI (21/09/2013)

Hoje começou com um desencontro, um engano. Nós acordamos de madrugada, por volta das 3:00h e estávamos inscritos para a excursão aos gêiseres e deveríamos estar às 4:00h em frente ao hotel que estávamos hospedados e assim fizemos.

Mas ao chegar em frente fomos surpreendidos com a notícia de que a excursão já havia saído, foi quando percebemos que estávamos no fuso horário errado. Kkkkk.... Mas para nossa sorte havia oura excursão que saiu pouco tempo depois e nessa excursão haviam duas vagas. Perfeito!

Visitamos os gêiseres pela manhã e pela tarde fomos à Laguna Cejar. Os passeios foram muito bons, aproveitamos bastante e relaxamos. Um dia importante para a expedição.


Gêiseres


Laguna Cejar


23º dia – San Pedro de Atacama-CHI/San Salvador de Jujuy-ARG (22/09/2013)

Esse dia foi o mais desgastante de todos.

O dia começou bem, fizemos o desayuno no Hostal Katape e seguimos destino rumo à fronteira com a Argentina em Paso de Jama.

Durante a subida da cordilheira, muito frio e muito vento que já mostrava o ar da sua graça. Ao aproximarmos da divisa, ainda em solo chileno, um caminhão tanque estava tombado e havia um guindaste que estava retirando dali.

Por conta disso, o trânsito estava bloqueado, passamos então por um caminho off-road (por cima do barranco) e contornamos o acidente.

Cruzamos a fronteira após fazermos os trâmites, vale ressaltar que a aduana chilena fica em San Pedro de Atacama e já sabendo disso passamos por lá antes de ir para a fronteira. Após cruzarmos a fronteira, paramos em um posto de combustível para abastecer e comer algo.

Aproveitei para cambiar o dinheiro que sobrou do Chile com o frentista do posto. Tenho certeza de que perdi dinheiro, mas era domingo e as casas de câmbio não eram opções disponíveis. Enfim, consegui alguns trocados para entrar no país.

Na hora em que comíamos, recebemos a informação de que havia ocorrido um acidente com um motociclista brasileiro. Saímos então do posto e havia muito vento.

Ao cruzarmos o deserto, aconteceu o que temíamos, a ventania aumentou e cruzamos uma tempestade de areia, em alguns pontos não era possível passar dos 40km/h e após a tempestade, percorremos muitos quilômetros com muito vento.

Ao pararmos para “sacar uma foto”, a beira da estrada, um motociclista se aproximou pedindo para seguir com a gente, pois ele estava um pouco abalado. Era amigo do motociclista que se acidentou.

Seguimos com ele até a cidade de San Salvador de Jujuy e procuramos o hospital onde o amigo dele estava. O deixamos lá e fomos para o hotel descansar.


Em direção ao Paso Jama para cruzar a fronteira Chile/Argentina


Passando por fora da estrada para contornar o acidente


24º dia – San Salvador de Jujuy-ARG/Pampa del Infierno-ARG (23/09/2013)

Partimos de San Salvador de Jujuy tarde, por volta das 10:30h. Não estava sendo fácil sair cedo nessa viagem e fomos em direção a Pampa del Infierno.

A viagem em si foi tranquila fazendo apenas uma parada para manutenção da moto, onde eu tirei o protetor de corrente que havia perdido um parafuso e estava solto. Enquanto isso o Gilberto aproveitou para esticar a corrente da moto dele.

O que notei durante esse dia, foi que a gasolina argentina é péssima e o consumo da moto foi alto.


Pessoas atravessando a rua em San Salvador de Jujuy


Abastecendo com a péssima gasolina argentina


“É por aqui!”, disse Gilberto


25º dia – Pampa del Infierno-ARG/Posadas-ARG (24/09/2013)

Saímos de Pampa del Infierno e chegamos em Posadas. Embora tenhamos combinado novamente sair cedo, isso não ocorreu e partimos as 09:40h.

Nosso objetivo era chegar na fronteira, mas pelo horário que partimos já sabíamos que não cumpriríamos tal meta.

Chegamos em Posadas às 17:20h e o frio, que foi se intensificando, fez com que a gente desistisse de chegar até a fronteira.

O fato de estarmos saindo tarde todos os dias vem me incomodando muito, as viagens ficam corridas, não havendo tempo para desfrutar da paisagem e tirar fotografias. Essa realmente vem sendo uma falha da expedição.

A caminho de Posadas


26º dia – Posadas-ARG/Foz do Iguaçu-BRA *SQN (25/09/2013)

Hoje partimos tarde como de praxe nesta expedição.

Fomos rumo a Puerto Iguazu, ou Foz do Iguaçu como é chamado do lado brasileiro. Mas hoje falhamos na missão e tivemos que recuar.

Logo nos primeiros 40km, me distanciei do Gilberto e por perceber que ele não aparecia em meu retrovisor parei no acostamento e esperei por alguns minutos. Como ele não chegou, voltei e o encontrei no meio da estrada com a corrente da moto arrebentada. Fiz o que estava ao meu alcance, chamei uma grua (é assim que são chamados os guinchos por cá), e combinei com o Gilberto dois pontos de encontro, um seria o restaurante que havíamos jantado na noite anterior, o outro seria o hotel que hospedamos.

Deixei-o aguardando o guincho e aproveitei a inesperada parada para trocar o pneu da minha moto que já estava careca.

Embora não tenhamos saído do lugar, o dia hoje foi bastante produtivo, fizemos manutenção nas motos e estamos prontos para seguir viagem.

Dormimos novamente em Posadas.


Gilberto parado à beira da estrada aguardando o resgate


Trocando o pneu traseiro da moto


27º dia – Posadas-ARG/Maringá-BRA (26/09/2013)

O retorno ao Brasil!

Até que enfim saímos cedo.

Parimos da cidade de Posadas às 07:30h em direção a fronteira com o Brasil. Chegamos em Puerto Iguazu às 12:00h e cruzamos a fronteira. Paramos em um posto de combustível para abastecer e aproveitamos para fazer o câmbio. Havia uma casa de câmbio no posto.

Almoçamos ali também e conhecemos um grupo de São Paulo que parou em seguida. Conversamos um pouco, trocamos experiencias e compartilhamos vivências proporcionadas pela aventura, que foi algo marcante para todos nós.

Seguimos viagem e dormimos em Maringá.


Atravessando a fronteira Argentina/Brasil


28º dia – Maringá-PR/Santa Rita do Sapucaí-MG (27/09/2013)

Saímos de Maringá às 09:30h e fomos rumo ao sul das Gerais, com destino a cidade de Santa Rita do Sapucaí.

A viagem em si foi tranquila, embora desgastante devido a grande quilometragem a ser percorrida, pouco mais de 900km.

Finalizo aqui a expedição, embora falte chegar até Brasília. Já me dou por satisfeito, são mais de 10.000km percorridos, passando por cinco países.

Chegamos em Santa Rita do Sapucaí às 22:30h, e hospedamos na casa da minha mãe.


A chegada em Santa Rita do Sapucaí

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