Expedição Ushuaia Outubro/2015
1º dia – Brasília-DF/Santa Rita do Sapucaí-MG (09/10/2015)
“Lacta alea est”
A sorte está lançada
Enfim partimos para mais uma expedição, dessa vez em direção ao “Fin del mundo”.
Ushuaia, província da Terra do Fogo, no extremo sul da Argentina e também do mundo!
A cidade mais austral do planeta.
Após um ano de muito planejamento e como bom brasileiro, deixando todo para última hora, enfim chegou o tão sonhado momento. Na partida de Brasília, montei toda a bagagem na moto, sob a supervisão do Sr. Ailton, o porteiro.
Logo após tudo pronto, eu em cima da possante, dirigi-me à padoca, onde fiz meu desjejum tomando um suco de laranja e comendo um misto quente.
Seu Júlio, o dono da padoca me desejou uma ótima viagem, e assim, às 8:30h parti em direção à Santa Rita.
A viagem foi tranquila, sem imprevistos. Gastei 12 horas cravado.
Chegando em Santa Rita, minha mãe já me esperava. Meu primo Gilberto, que havia chegado mais cedo vindo de Belo Horizonte, foi dar uma volta na cidade.
Quando todos nos reunimos fizemos um belo jantar e conversamos colocando a prosa em dia.
Combinei com o Gilberto de na manhã seguinte levar a moto para trocar o óleo.
A poderosa pronta para saída de Brasília
2º dia – Santa Rita do Sapucaí-MG/Registro-SP (10/10/2015)
Hoje iniciamos o segundo dia da expedição colocando a casa em ordem.
Combinei com o Gilberto que ao amanhecer, já iria à oficina mecânica para trocar o óleo do motor da moto.
Assim, saí em direção ao mecânico e encontrei um antigo amigo que tem uma loja de peças de moto em Santa Rita. Conversamos enquanto o mecânico fazia a troca do óleo da moto.
Após, fui arrumar as malas, e devido o adiantado da hora, saímos somente depois do almoço.
Nossa meta era chegar até Borda do Campo, mas como saímos tarde, cegamos até Registro.
Rodamos cerca de 450km, a viagem foi tranquila, mas depois de Jundiaí passamos em uma estrada muito bonita, porém cansativa com muitas curvas. Ao chegarmos em Registro, hospedamos no hotel Brasília.
Gilberto, Dona Nazira e Pedro, partindo de Santa Rita rumo ao fim do mundo
3º dia – Registro-SP/Sombrio-SC (11/10/2015)
“Sombrio”
Esta é a palavra no qual podemos resumir o terceiro dia.
Como já de praxe combinamos de sair cedo, às 6:00h, saímos atrasados, às 9:40h.
Logo após os primeiros 10km, começou a chover e a partir daí nosso dia começava a ser sombrio.
Chuva, muita chuva pegamos hoje, em certos momentos minha viseira embaçava e não dava para enxergar nada além de uma mancha vermelha na frente, que nada mais era que o farol traseiro da moto do Gilberto.
A chuva vinha e passava várias vezes ao dia e assim viajamos. Mas no fim das contas como em um passe de mágica, chegamos em nosso destino, o horário era por volta das 19:00h e o nome da cidade em que pousamos era Sombrio...
A caminho de Sombrio-SC
4º dia – Sombrio-SC/Pelotas-RS (12/10/2015)
“Xi, deu pane!”
Iniciamos mais um dia em nossa jornada, sem eira nem beira, nosso destino do dia era cruzar a fronteira e dormirmos em solo uruguaio.
Por que era?
Explicarei desde o início:
A viagem até então estava tranquila, com alguma chuva vez ou outra, mas tudo dentro do esperado.
Pois bem, direi o porquê não chegamos ao Uruguai.
Ficamos parados. Sim, é verdade, parados na rodovia por volta de uma hora a espera por conta de um acidente com um ônibus.
Ps: O ônibus passa bem, e o motivo de nosso atraso foi agravado por conta de outra pane repentina que aconteceu com a moto do Gilberto.
Tal fato nos fez mudar nossos planos. Primeiro fizemos contato com a concessionária que conduziu o Gilberto e sua moto até o posto mais próximo a entrada de São Lourenço do Sul, depois outro guincho os levou até a cidade de Pelotas.
Fizemos um tour no centro da cidade e após isso estacionamos em frente ao Hotel Manta, no qual nos hospedamos.
Próximo ao hotel ficava a concessionária da Yamaha, mas devido ao adiantado da hora levaríamos a moto somente no dia seguinte.
Moto do Gilberto sendo guinchada
5º dia – Pelotas-RS/Pelotas-RS (13/10/2015)
“A volta dos que não foram”
Raiou o sol e logo cedo já fomos empurrando a moto do Gilberto para fora do hotel até chegar na concessionária Yamaha, onde o deixei para esperar o conserto.
Durante a manhã toda, várias hipóteses para explicar a pane surgiram e cogitamos ter de pagar R$ 5.000,00 em uma única peça para moto, até comprar uma CG, alugar uma BigTrail, etc...
Mas enfim, tivemos uma boa notícia! Era apenas um cabo cortado que estava em curto.
Saímos então às 13:00h e após rodarmos 75km...
Uai, mais uma pane...
Dessa vez em minha moto.
Após uma acelerada, o motor girou e a moto não respondeu. Fiquei literalmente a ver navios.
Estacionei no acostamento e olhei para baixo. O que eu temia aconteceu...
Minha corrente arrebentou! Parece que foi uma praga, pois meu amigo Sidney tinha me avisado e recomendado a levar uma emenda de corrente, e eu não levei.
Enfim, perdemos o dia e voltamos para Pelotas.
Ahh! Um mecânico trocou a corrente na beira da estrada, mas mesmo assim voltamos para colocar uma corrente original na moto, mas como não encontrei para trocar, troquei apenas o pneu para não perdermos a viagem.
Retornamos para o mesmo hotel e o mesmo quarto nº1021.
Corrente KMC não presta!
6º dia – Pelotas-RS/Colônia del Sacramento-URU (14/10/2015)
“Depois da tempestade vem a calmaria” #SQN
Motos prontas saímos do Hotel Manta às 6:37h, paramos no posto para abastecer e um pouco depois para colocarmos a capa de chuva, nosso destino era Punta del Este.
A chuva era pouca, logo passou e o dia ficou apenas nublado.
Enfim saímos do Brasil, e enfim chegamos ao Uruguai.
Em Chuí, ainda do lado brasileiro fizemos o câmbio e almoçamos, eram por volta das 11:00h.
A divisa dos dois países é a própria rua, de um lado Brasil, do outro Uruguai.
Chegamos em Punta del Este por volta das 15:00h, ao entrarmos na cidade passamos pela Ponte Ondulada – “Leonel Vieira”, vimos a escultura “Los Dedos” e passamos em frente ao Cassino Conrad.
Já eram por volta das 17:00h, quando decidimos viagem até Colônia del Sacramento, para tirarmos o atraso ocorrido pelos problemas mecânicos dos dias anteriores.
A viagem foi tranquila, porém no final logo na chegada a Colônia del Sacramento, pegamos uma chuva, muita chuva, acompanhada de rajadas de vento. Estava muito difícil de pilotar a moto e o pior de tudo é que isso seria apenas um aperitivo do que enfrentaríamos na patagônia.
Enquanto ao Gilberto procurava pelo caminho que levaria ao Buquebus, eu só pensava em parar num hotel para dormir.
Quando passamos na frente do primeiro hotel, não pensei duas vezes, logo parei e chamei o Gilberto.
O preço da diária foi 100 dólares, mas não quis nem saber, hospedamos lá mesmo.
Ponte ondulada – Leonel Vieira
Escultura Los Dedos
7º dia – Colônia del Sacramento-URU/Las Flores-ARG (15/10/2015)
“Adios Uruguay, bien vinda Argentina!”
Logo cedo despertamos e arrumamos “as traia”, partimos do Hotel SPA El Mirador e nos despedimos dos irmãos Uruguaios.
Fomos ao Buquebus para fazermos a travessia saindo de Colônia del Sacramento em direção a capital da Argentina Buenos Aires. Embarcamos as motos e fizemos a travessia tranquilamente.
Em Buenos Aires, passamos pela maior avenida do mundo, a “9 de Julio” e saímos em direção a cidade de Lujan, famosa por seu zoológico.
Após tirarmos fotos com leões e tigres, partimos em direção a cidade de Las Flores, a qual chegamos por volta das 18:00h.
As dificuldades encontradas hoje, foram o vento, sempre muito forte e o frio. Quanto ao frio, amanhã sairemos mais equipados.
Zoológico de Lujan
8º dia – Las Flores-ARG/Pedro Luro-ARG (16/10/2015)
Muito frio, muito sono, algum cansaço...
Mas enfim, tivemos a certeza de que estávamos no caminho certo.
Em nosso primeiro amanhecer em terras argentinas, a manhã estava fria, o termômetro marcava 6,5°C às 7:00h da manhã. Arrumamos as coisas nas motos e nos agasalhamos muito.
Durante a viagem passamos muito frio. Paramos para abastecer e comer e após isso, voltamos para a estrada novamente.
Num dado momento, o Gilberto parou a moto e perguntou por que eu havia diminuído o ritmo, e eu disse que estava com sono.
Paramos no próximo posto e eu pedi café.
Voltamos para a estrada novamente e lá pelas 15:30h o sol aqueceu um pouco e chegamos na cidade de Pedro Luro por volta das 18:00h. nos hospedamos no Hotel Pasillo, um hotel bicentenário.
Ruta 3 – primeira placa que indica Ushuaia
9º dia - Pedro Luro-ARG/Trelew-ARG (17/10/2015)
Somos pobres com la tarjeta em la mano.
Céu azul, nenhuma nuvem, quase nenhum vento...
Era para ser o dia perfeito, ao sairmos de Pedro Luro passamos no banco para fazer “una extracion”, sacar dinheiro propriamente dito.
Era para ser tudo dentro dos conformes, isso se o meu cartão ou o cartão do Gilberto funcionasse.
Começamos então a fazermos as contas de quanto teríamos de dinheiro ainda e começamos a pagar todas as contas possíveis no crédito utilizando “la tarjeta”.
Ao chegarmos em Trelew, fomos em diversos bancos e inclusive no Santander Rio, mas meu cartão não foi aceito em nenhum deles.
Agora sim, temos um problema!
Uma reta interminável a caminho de Trelew
10º dia – Trelew-ARG/Três Cerros-ARG (18/10/2015)
Um dia de fama.
Toca o despertador, ninguém levanta...
Como já era de se esperar, havíamos marcado de de sairmos às 7:00h da matina, mas como sempre não saímos.
Embora dessa vez, a culpa não fosse nossa. Ocorreu um blackout de energia em toda a cidade e o portão eletrônico do hotel não abriu. Tivemos que ficar esperando que o mesmo fosse aberto de forma manual, o problema é que os funcionários do hotel não estavam muito preparados para esse tipo de evento, o que acabou demorando um pouco.
Ao sairmos do hotel, fomos em direção ao posto que havíamos abastecido no dia anterior para colocarmos combustível nos galões, já que hoje iríamos percorrer grandes distâncias sem postos de combustível para abastecimento.
Ao pararmos no posto, o mesmo também estava sem energia. Ficamos aguardando o reestabelecimento elétrico, enquanto isso, conversávamos com outros clientes que estavam no posto. Para nossa surpresa, o carro que estava do lado da bomba que aguardávamos era de uma equipe de TV, de um programa local.
O repórter pediu para que concedêssemos uma entrevista, a única exigência é que falássemos em português, o que modéstia parte não seria problema. Kkkkkk...
A entrevista ocorreu de forma tranquila, falamos de onde éramos, quanto tempo na estrada, para onde estávamos indo, enfim, compartilhamos um pouco de nossa experiência.
Voltando a nossa rotina, rodamos cerca de 650km por volta das 19:30h chegamos a Três Cerros, um lugar que se resume a um restaurante, um hotel e um posto de combustível, tudo no mesmo local.
E para nossa sorte, nossos galões estavam cheios, pois ao tentarmos abastecer no posto, tivemos a informação que só havia diesel e a próxima cidade estava a 150km.
Hospedamos nesse hotel e descansamos para o dia seguinte.
Pedro e Gilberto em um dia de fama...
11º dia – Três Cerros-ARG/Rio Gallegos-ARG (19/10/2015)
Ta mais fácil chegar nos quintos dos infernos do que no fim do mundo.
Às 6:00h fizemos a alvorada e por volta das 8:30h saímos de Três Cerros rumo a Rio Gallegos.
Passamos na cidade de Puerto San Julian, a fim de tentarmos resolver nossos problemas bancários.
Esta é um a cidade turística e visitamos a réplica da Nau Victoria.
Eu consegui sacar dinheiro, mas o Gilberto ainda não conseguiu. Tentamos então cambiar o azeite de motor das motos, mas o mecânico não tinha o óleo específico para nossas motos, decidimos então partir para Rio Gallegos e paramos em um posto em Pedra Buena, onde aproveitamos para almoçar.
Durante o almoço, o Gilberto fez várias ligações a fim de tentar solucionar o problema com seu cartão.
Saímos então rumo a Rio Gallegos, mas não seria tão fácil assim.
Após uns 50km mais ou menos, o que eu temia aconteceu novamente...
...a rebimboca da parafuseta.... NÂO! Esquece isso...
A desgraça da maldita corrente arrebentou. KMC não presta!
O Gilberto então foi pedir ajuda e conseguiu um guincho pela bagatela de 4.000 pesos, quase infartei, pois isso dá uns 1.200 reais.
Falei para ele, 4.000 pesos é tudo que tenho, e tentei pedir socorro para qualquer carro que passasse.
Primeiro passou um caminhão, e o motorista foi muito prestativo, desceu e tentou consertar a “cadena”, mas não conseguiu. Ahh, se eu tivesse trago a emenda de corrente como o Sidney falou...
Enfim, como ele não conseguiu consertar a corrente, ele foi embora.
Continuamos então esperando o guincho que o Gilberto havia chamado, mas eu só pensava nos 4.000 pesos que teria que desembolsar.
Aí pensei comigo mesmo, vou pedir ajuda para todos os caminhões e caminhonetes que passarem.
Não tive outra escolha, era isso ou teria que pagar 4.000 pesos, seria o meu fim.
A ajuda então veio, e num certo momento passou uma Hilux, eu dei sinal e o motorista parou. Colocamos a moto em cima da caminhonete e ele me deu carona por mais de 200km, chegando em Rio Gallegos ele ainda fez a gentileza de me levar até um mecânico.
Tanto a ele, quanto ao motorista do caminhão que parou e o mecânico eu agradeço de coração por terem salvo minha viagem.
Hospedamos então no Hotel Covadonga, o melhor custo benefício de Rio Gallegos.
Réplica da Nau Victoria
Corrente arrebentada – KMC não presta!
12º dia – Rio Gallegos-ARG/Rio Gallegos-ARG (20/10/2015)
Após o dia cansativo de ontem, tivemos que tirar o dia de hoje para colocarmos a casa em ordem.
Minha moto que no dia anterior havia arrebentado a corrente, ou como eles dizem por a cá, “cortado a cadena”, não dava para seguir viagem. Embora já houvesse consertado, a corrente antiga não dava confiança para segui viagem.
Minha missão para hoje se resumiria em dar a devida manutenção na moto, fazendo a substituição da corrente e o câmbio do azeite de motor. Já o Gilberto antes de mais nada devia resolver seus problemas bancários e conseguir fazer o saque ou extracion, do dinheiro ou efetivo.
Assim procedemos, e devido o adiantado da hora achamos por bem não seguimos viagem, pois a travessia da fronteira tem horário e certamente não conseguiríamos atravessar.
Hospedamos então no mesmo hotel de ontem, o Hotel Covadonga, o melhor custo benefício da cidade, que sá da patagônia!
Amanhã partiremos cedo com destino final em Ushuaia.
13º dia – Rio Gallegos-ARG/Tolhuim-ARG (21/10/2015)
Enfim chegamos em... NÃO!!! Não foi dessa vez...
Tentamos sim, mas hoje não conseguimos chegar em Ushuaia.
Emoção não faltou, saímos do hotel em Rio Gallegos e passamos no banco para sacar dinheiro. Rodamos até o Paso Austral e atravessamos de balsa o estreito de Magalhães.
Chegamos na cidade Cerro Sombrero / Chile, e fomos abastecer porém o frentista disse que não aceitava tarjeta, nem pesos argentinos, nem dólar. Então não abastecemos.
Seguimos viagem e cruzamos toda extensão da famosa estrada de ripio, que nada mais é que uns pedregulhos. Com a trepidação da estrada, minha câmera que estava posicionada na parte de baixo do baú caiu, por sorte o Gilberto estava atrás de mim e viu o momento da queda e me avisou. Recuperei a câmera que estava intacta, só a caixinha que tinha algumas avarias, mas eu tinha caixa reserva.
Rodei mais de 80km na reserva, chegando na fronteira argentina avistei um posto de gasolina a uns 2km dali.
Foi minha salvação, mas ainda faltavam 300km para Ushuaia, só que nesse momento o relógio já marcava 18:00h, continuamos a viagem e chegamos na cidade de Tolhuim, faltavam cerca de 100km para chegar a Ushuaia, mas o tempo, o frio e o receio que algo sinistro acontecesse, nos fez recuar e dormimos aqui mesmo.
Amanhã cedo partiremos para a glória!
Saindo da balsa após atravessar o Estreito de Magalhães
14º dia – Toluim_ARG/Ushuaia-ARG (22/10/2015)
Tarda mas não falha!
Já eram 6:00h quando o despertador tocou na cabana mau assombrada.
Fazia mais frio lá dentro do que lá fora.
Fizemos a alvorada e fomos completar o tanque das motos para partirmos dessa vez, sem achar qualquer outro motivo que pudesse se opor a nossa vitória, a conquista do fim do mundo!
Fizemos o desaiuno, muito bem servido por sinal e pegamos a estrada. Antes disso, vale ressaltar que devido a baixa temperatura da noite anterior o baú que ficou na moto congelou.
Na estrada, muito frio, paramos na metade do caminho e aproveitei para descongelar os dedos colocando as mãos no escapamento da moto. Tiramos algumas fotos e seguimos viagem.
Chegamos em Ushuaia por volta das 11h da matina e procuramos um lugar para alojarmos.
Hospedamos num hostel e após almoçarmos fomos ao Parque Nacional da Terra do Fogo, onde chegamos no final da Ruta 3.
Já no final da tarde, visitamos um museu da história da cidade.
Enfim, chegamos no fin del mundo!
Ushuaia, a cidade mais austral do planeta, uma sensação única de dever cumprido!
Portal da cidade de Ushuaia
Final da Ruta 3 – Parque Nacional Tierra del Fuego
Parque Nacional Tierra del Fuego
15º dia – Ushuaia-ARG/Ushuaia-ARG (23/10/2015)
Desbravando Ushuaia, “la tierra del fuego”.
No dia anterior fomos até o porto de Ushuaia para ver os horários dos passeios turísticos.
Acordamos, mas os despertadores não tocaram, ou seja, saímos atrasados e fomos correndo para não perder o passeio.
Valeu a pena, embarcamos no Catamarane Francesco, visitamos uma ilha no canal de Beagle, o farol de Ushuaia, vimos pinguins, lobos marinhos e outras aves patagônicas.
Almoçamos num restaurante de massas, onde conversamos com o garçom muito simpático que gostava de moto, não nos restando conversar sobre outro assunto.
A tarde visitamos o presídio de Ushuaia, um museu que retrata como era a vida dos prisioneiros, conservando um pavilhão da prisão intacto até os dias de hoje. No final fizemos algumas compras de lembranças para recordação de Ushuaia.
Amanhã será um longo dia, pois devemos dormir no Chile, nossa dificuldade maior será fazer o câmbio.
O farol de Ushuaia
Leões maninhos e gaivotas
Ushuaia fin del mundo
16º dia – Ushuaia-ARG/Punta Arenas-CHI (24/10/2015)
O fim do mundo existe sim, e eu fui lá! Porém o mundo não acabou...
Sem mais delongas despedimos hoje de Ushuaia, com o sentimento de dever cumprido. Visitamos diversos locais, muitas fotos, compras e várias lembranças.
Hoje partimos em direção ao Chi, Chi, Chi, Le, Le, Le, Viva Chile!!!
Passamos novamente pela temida estrada de ripio.
Antes de cruzarmos a fronteira almoçamos no último restaurante do lado argentino e ao chegar na balsa para a travessia do estreito de Magalhães, conseguimos fazer câmbio trocando pesos argentinos por pesos chilenos.
Após a travessia, seguimos em direção a cidade de Punta Arenas, rodamos por várias horas e hoje vi o mais longo pôr do sol que presenciei, com o céu claro até às 22:00h.
A temida estrada de ripio
17º dia – Punta Arenas-CHI/Puerto Natales-CHI ( 25/10/2015)
“Domingo eu quero ver, o domingo passar...”
Combinamos ontem de tomarmos o café às 8:00h e sairmos as 8:30h. Cumpri minha parte, e esperei o Gilberto por mais uma hora, deu até para cochilar sentado em cima da moto.
Já eram quase 10:00h quando partimos da cidade de Punta Arenas em direção a Puerto Natales. Foi uma viagem curta, apenas 250km separam as duas cidades.
Lindas paisagens, as montanhas com seus pico nevados ao fundo, dos lados o azul do oceano e os pastos planos que completam o esplendor.
Puerto Natales é bonita, bastante colorida e embora seja domingo, havia bastante movimento nas ruas. Conseguimos contratar uma agencia de turismo e agendamos o passeio para amanhã cedo, e iremos conhecer o Parque Torres del Paine.
Demos uma volta na cidade, tiramos muitas fotos e fomos numa sorveteria, até porque dizem que frio é psicológico.
Agência de turismo Condor em Puerto Natales
18º dia – Puerto Natales-CHI/Puerto Natales-CHI (26/10/2015)
Acordamos cedo e tomamos o desaiuno, que nada mais é o nome dado para o café da manhã por a cá.
Saímos para desbravar a Patagônia Chilena.
Lindo! Não tem coo não se encantar com as paisagens.
Visitamos a Cueva del Milodon, que foi um bicho pré histórico parecido com um urso que habitava a região.
Visitamos também o Parque Nacional Torres del Paine, que em seu mirante mais próximos dos maciços rochosos, podemos desfrutar da paisagem de uma linda cachoeira, detalhe toda a água do rio que forma a cachoeira é água de desgelo.
Vimos também uma bela geleira em um lago.
Hoje foi um dia de muitas fotos para guardar de recordação.
Cueva del Milodon
Torres del Paine
Parque Nacional Torres del Paine
Parque Nacional Torres del Paine
19º dia – Puerto Natales-CHI/El Calafate-ARG (27/10/2015)
Partimos de Puerto Natales – Chile, com destino a El Calafate – Argentina, nossa missão era vislumbrar o Glaciar de Gelo Perito Moreno.
Na fronteira cruzamos o Paso Rio Don Guillermo, antes disso fizemos o câmbio em uma venda próxima ao local da aduana.
Na aduana conhecemos dois brasileiros que estavam fazendo caminho contrário, porém de carro.
Ao cruzarmos a fronteira, pegamos uns 30km de ripio e chegamos em El Calafate por volta das 14:00h e fomos até o Parque Nacional Los Glaciares, onde pudemos ver a grandeza do maciço de gelo o Glaciar Perito Moreno, a terceira maior reserva de água doce congelada do planeta.
Tiramos muitas fotos e contemplamos a paisagem.
Nossa saga agora é procurarmos neumáticos para las motos, mas não existe lojas por a cá.
Glaciar de gelo Perito Moreno
20º dia – El Calafate-ARG/Gobernador Gregores-ARG (28/10/2015)
Alvorada feita, café tomado, prontos para sair. Já eram 8:30h e falei com o Gilberto que vi um gringo que estava hospedado no mesmo hostel que a gente pedir um papelão e um pincel atômico para escrever o nome da cidade a qual seria seu novo destino. Sim, ele estava viajando de carona.
Falei com o Gilberto, como pode esses caras já estarem às 7:00h da madrugada pedindo carona e a gente não consegue sair antes das 9:00h? Kkkkk...
Saímos então em busca de um pneu para a moto do Gilberto. Com muito custo conseguimos, porém as borracharias fazem o câmbio do pneu, mais não sacam a roda da moto.
Tivemos nós mesmos que sacar a roda da moto, e com muito custo fizemos o câmbio e saímos de El Calafate às 13:15h
A viagem corria tranquilamente até que em um dado momento, começou um mar de ventos, um verdadeiro thisunamy de ventos. O pior de tudo foi pegar vento na estrada de ripio.
Paramos para abastecer em um posto, pouco tempo depois chegou o gringo que estava de carona. Coincidências da vida.
Mas, aos trancos e barrancos chegamos na cidade de Gobernador Gregores, muito a quem da nossa meta que era a cidade de Perito Moreno.
Amanhã, não nos resta outra alternativa a não ser sair cedo para chegarmos a cidade de Bariloche. Caso contrário atrasaremos muito nosso cronograma.
Oficina onde o Gilberto conseguiu trocar o neumático da moto
21º dia – Gobernador Gregores-ARG/Esquel-ARG (29/10/2015)
Hoje foi o dia em que juntos rodamos mais, ao todo foram 904km, mesmo assim não tiramos o atraso, pois tínhamos que chegar em Bariloche e estávamos a 300km de lá.
A viagem foi tranquila, sem sustos, apesar de bastante vento.
Aportamos na cidade de Esquel, ficamos alojados em um quarto dos fundos da casa de um comerciante.
22º dia -Esquel-ARG/Bariloche-ARG (30/10/2015)
“Um dia frio, um bom lugar para ler um livro” #SQN
Aqui é moto!
Bora subir a serra então...
Saímos de Esquel às 8:30h rumo a Bariloche, subimos a Cordilheira dos Andes e com isso veio o frio. Por fim, após 300km chegamos a tão aguardada Bariloche.
De imediato, fomos em busca de um pneu para minha moto, o meu pneu já havia acabado completamente. Lá em El Calafate havíamos encontrado apenas um pneu e naquela ocasião o pneu da moto do Gilberto estava pior.
Consegui achar um pneu, com o número um pouco maior, mas nessas horas não dá para escolher e o preço, embora tenha sido salgado foi a metade do que o Gilberto havia pago em El Calafate.
Após feito isso, fomos em busca de um hotel e de passeios. Conseguimos tudo no mesmo local e por fim demos uma volta de moto para conhecermos a cidade.
O lago de Bariloche
23º dia – Bariloche-ARG/Bariloche-ARG (31/10/2015)
Turistando em Bariloche.
Dormimos até mais tarde e aproveitamos a cama do hotel, nosso passeio tinha o horário de partida para às 10:45h o que nos deixou com tempo extra que aproveitamos para descansar.
Fomos em direção ao porto onde embarcamos no Catamarã Chiau Chau.
Conhecemos o Parque Nacional Nahuel Huapi, visitamos a Isla Victoria e depois uma outra ilha, todas as duas muito bonitas por sinal. A diferença que a primeira foi colonizada anos atrás e tem fauna e flora introduzidas na ilha, já a segunda preserva as características nativas.
No caminho para as ilhas, os turistas dão biscoito para as gaivotas e o fotógrafo “saca las fotos” que são vendidas posteriormente.
Muita natureza, bonitas paisagens, foi um belo passeio.
Parque Nacional Nahuel Huapi
Parque Nacional Nahuel Huapi
Gaivota comendo biscoito na mão do turista
24º dia – Bariloche-ARG/El Carancho-ARG (01/11/2015)
Partimos de Bariloche pela Ruta 40 em direção aos sete lagos. Uma estrada fenomenal, muito bonita que vale a pena ser visitada.
São enormes lagos de água mineral formados pelas águas de desgelo basicamente.
Percorremos 970km de retas intermináveis, saímos da Patagônia e cruzamos o deserto argentino.
Saímos do freezer para entrar no forno.
Saída de Bariloche
Ruta 20 – Conquista del Desierto
25º dia – El Carancho-ARG/Nueve de Julio-ARG (02/11/2015)
“Era para seu uma simples troca de óleo”.
Nosso objtivo hoje era chegar em Bragado bem cedo, a tempo de pegar o comércio aberto para cambiar o azeite de motor das motos.
Tudo ocorria tranquilamente, quando percebi que o pneu traseiro da moto do Gilberto havia furado. Buzinei mas foi em vão...
Então tive que fazer uma interceptação cinematográfica, após feito paramos e tentamos solucionar com a espuma, mas não deu certo.
O Gilberto ficou parado no acostamento, então andei para lá e para cá na rodovia até que achei uma borracharia.
Voltei para onde o Gilberto estava e tiramos a bagagem da moto dele. Ele foi para a borracharia com a câmara reserva e eu fiquei vigiando a bagagem dele no acostamento.
Com tudo resolvido, fomos até a cidade Nueve de Julio, onde trocamos o óleo.
Gilberto colocando a espuma, mas não adiantou...
Pedro à deriva vigiando a bagagem do Gilberto
26º dia – Nueve de Julio-ARG/Paso de Los Libres-ARG (03/11/2015)
Saímos de Nueve de Julio às 9:00h e o bom tempo colaborou muito.
Conseguimos rodar em torno de 900km, mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, já no final de nosso percurso, pegamos uma chuva para ninguém botar defeito.
Às 19:00h chegamos em Paso de Los Libres.
Pedro pilotando “sin casco”, para não contrariar a cultura local
27º dia – Paso de Los Libres-ARG/Foz do Iguaçu-PR (04/11/2015)
“Havia chuva no meio do caminho, no meio do caminho havia chuva...”
Saímos de Paso de Los Libres por volta das 7:40h, chovia um pouco, mas dava para enxergar.
Faltavam aproximadamente 600km para chegarmos a Puerto Iguazu, dado certo momento parou de chover e a viagem rendeu mais.
Porém, quando faltavam uns 100km, começou a chover novamente e esta chuva nos acompanhou até o final do dia.
Chegamos em Puerto Iguazu por volta das 15:00h, tentamos sacar dinheiro no Banco de La Nacion, pois estávamos sem moeda argentina e queríamos nos hospedar na Argentina para agilizar o dia seguinte. Não conseguimos realizar o saque e fomos para o lado brasileiro da fronteira.
Nos hospedamos em um hotel no centro da cidade e buscamos informações no Centro de Informações ao Turista, quanto ao funcionamento do parque do lado argentino.
A caminho de Foz do Iguaçu
28º dia – Foz do Iguaçu-PR/Foz do Iguaçu-PR (05/11/2015)
Hoje foi o dia do último passeio dessa viagem, a visita ao Parque Nacional do Iguazu.
Sim! Fomos do lado argentino e o Parque é simplesmente sensacional!
Começamos o passeio com o Macuco Gran Aventura, este passeio começou com um safari passando por trilhas, depois entramos em um barco e fizemos um passeio pelas águas do rio Iguaçu até chegar nas lindas cataratas, muito bom e muito bonito.
O barco chegou bem perto das cataratas e depois aportou daí seguimos uma trilha pela mata até chegar no circuito inferior das cataratas.
Posteriormente, fomos ao circuito superior e ao término fomos a estação das cataratas onde pegamos o trem até a Estação Garganta do Diabo, nesse ponto fomos até as passarelas que dão acesso para conhecermos La Garganta del Diablo.
Espetacular!
Que volume de água impressionante!
Para término de nossa aventura, após conhecermos a Garganta do Diabo, fomos de bote pelas corredeiras do Rio Iguaçu, fazendo um passeio ecológico. Ao desembarcar, fomos caminhando pela linha do trem até chegarmos novamente a Estação Cataratas, onde fomos fazer um lanche.
Nesse momento, ao me distrair, sofri um ataque voraz. Quase fatal!
Era um quati, que tentou roubar meu lanche, mas percebi a tempo aquele animal que subia em minhas pernas de forma tão rápida e voraz.
Não pensei duas vezes, dei um tapa no animal e o joguei para de baixo da mesa.
Nesse tapa meu copo de refrigerante foi junto e dei um banho no Gilberto.
Mas enfim, defendi meu lanche literalmente com unhas de dentes, que era meu de direito.
Ao final desta cena pegamos o trem até a Estação Central e com uma breve caminhada, deixamos o Parque que ficará guardado na memória.
Pedro e Gilberto no Macuco Safari
Passeio de barco no rio Iguazu
Cataratas do Iguazu
Cataratas do Iguazu
La Garganta del Diablo
Descendo o rio de bote
Cuidado Quati!
Marco da fronteira do lado argentino
Marco da fronteira lado brasileiro
29º dia – Foz do Iguaçu-PR/São Roque-SP (06/11/2015)
9:00h foi o horário de partida de Foz do Iguaçu.
De hoje em diante definitivamente no Brasil.
Meu destino era São Roque, desta vez em viagem solo, pois o Gilberto ficaria em foz do Iguaçu no intuito de retornar ao parque para buscar um vídeo de nossa visita nas cataratas.
A viagem foi tranquila, porém um pouco de chuva somente no final.
Cheguei em São Roque às 21:30h e hospedei na casa do meu primo Tiago.
Aproveitamos a noite São Roquense e fomos ao bar Come Together, cujo dono é vizinho do Khaled (Tiago).
30º dia – São Roque-SP/São Roque-SP (07/11/2015)
Acordamos por volta das 10:00h então eu e o Tiago fomos fazer uma inspeção na obra, pois havíamos comprado dois apartamentos na planta lá em São Roque.
Inspeção feita, fomos comprar os aperitivos para o churrasco.
Estávamos aguardando a chegada do Gilberto, porém ele só deu sinal de vida às 17:00h avisando que faltavam 200km.
Às 19:30h o Gilberto chegou e fomos para o bar do Nelson, onde deliciamos uma bela parmegiana.
31º dia – São Roque-SP/Brasília-DF (08/11/2015)
Saímos às 7:30h na saída de São Roque paramos em um posto para abastecer as motos e nos despedimos, pois dali para frente cada um seguiria seu caminho. O Gilberto para Belo Horizonte e eu para Brasília.
Minha viagem foi tranquila e após rodar 1.028km cheguei em Brasília às 18:40h, são e salvo.
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